Dos mais de mil desastres marítimos que aconteceram nos Açores, ao longo de cinco séculos, ficaram pelo menos trinta locais subaquáticos visitáveis.
Um arquipélago no Atlântico Norte, onde, ao longo de quinhentos anos, se concentraram as navegações que, de todo o mundo, se dirigiam à Europa. Um mar imenso, umas vezes de bonança, outras de horror, onde cerca de mil navios soçobraram ao longo de uma mão cheia de centúrias. Um imenso património, que se investiga todos os dias, com vista a uma mais abrangente compreensão da História de todos os povos. Património esse que une, ao invés de dividir. Trinta sítios visitáveis em condições de acessibilidade – uns de fácil mergulho e outros que requerem mais experiência – onde podemos testemunhar história ao vivo.

Aqui se vê desde a guerra da independência americana, à de Cuba, passando pela Primeira Grande Guerra, mas principalmente pela Segunda. Existem transatlânticos, navios de luxo, navios negreiros, navios da rota do chá, e também inter-ilhas e de cabotagem. Aqui, o que o mar escolheu preservar, pode ser visitado, tendo o privilégio de poder aceder diretamente à História da Europa e do Mundo, de corpo inteiro, como poucos locais o permitem. Aqui, onde as ilhas revelam a sua vocação universal e se contraria o isolamento, estão os segredos que Neptuno decidiu preservar.
Uma série de sete programas, que nos leva aos naufrágios dos Açores
“Roteiro do Património Cultural Subaquático dos Açores” é uma série de sete programas, de cerca de 25 minutos cada, que está a ser transmitido pela RTP-Açores aos domingos depois do Telejornal. Durante dois anos, os jornalistas e investigadores mergulharam em trinta naufrágios, desde os Ilhéus Formigas, até à ilha das Flores. Cada naufrágio contém uma história e muitos testemunhos.

Os textos são do arqueólogo José Luís Neto, a locução de Emanuel Carreiro, a imagem, edição, realização e coordenação de José Serra. Esta série teve o patrocínio da Direção Regional da Cultura.
Os vídeos estão disponíveis aqui