PROPOLAR assinala o décimo aniversário de Portugal nos pólos
Foi no dia 13 de março, no auditório do Espaço Caleidoscópio – Centro Académico da ULisboa, na zona Norte do Jardim do Campo Grande, que o Programa Polar Português (PROPOLAR), coordenado pelo CEG/IGOT (Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa), comemorou o décimo aniversário do arranque estruturado das atividades científicas nacionais na Antártida, considerado o embrião do programa polar nacional.
Dez anos depois do IV Ano Polar Internacional (API), vários especialistas apresentaram-nos os desenvolvimentos da ciência polar nacional nos últimos dez anos, com o objetivo de abrir portas para novas oportunidades de investigação, em particular para novas equipas e jovens estudantes e investigadores.
Entre as várias intervenções destacamos a alocução “Bulgária e Portugal “ pelo Embaixador da Bulgária em Portugal, Vassiliy Christov Takev e um apontamento sobre os 12 Anos de cooperação Bulgária-Portugal na Antártida, pela professora Germana Santos, da FCT.
A FCT (Portugal) e o IAB (Bulgária) assinam acordo de cooperação
Seguiu-se a assinatura do acordo de cooperação entre a Fundação para a Ciência e a Tecnologia e o Instituto Antártico Búlgaro

As Dras. Ana Noronha e Rosalia Vargas, da Agência Ciência Viva, trouxeram-nos uma muito animada abordagem sobre “A Ciência Viva e os cientistas polares” e a forma como se faz a ligação desta área da investigação científica com as crianças e os jovens em idade escolar.
Teresa Cabrita, diretora executiva do PROPOLAR, falou sobre “O Programa Polar Português, 10 anos depois: percurso e novas oportunidades”. Refira-se que a campanha do presente ano integra 6 projetos nacionais, com um total de 14 cientistas no terreno (10 portugueses, 3 espanhóis e 1 norte-americano), que trabalharão nas ilhas de Rei Jorge e Livingston (Arquipélago das Shetlands do Sul) e em Cierva Cove (Costa Danco, Península Antártica).
José Queirós apresentou-nos a APECS Portugal, entidade representante em Portugal da Association of Polar Early Career Scientis (APECS), uma organização internacional e interdisciplinar de estudantes, investigadores, educadores e outros interessados nas regiões polares e criosfera. A APECS é reconhecida internacionalmente como o maior legado do Ano Polar Internacional 2007-2009 e representa mais de 50 000 jovens investigadores polares em mais de 20 comités nacionais em todo o mundo, incluindo países “não-polares” como Itália, Bélgica e Brasil.
Duas senhoras da Comunicação Social na Antártida
Muito interessante foi a visão da Antártida através dos olhos de duas jornalistas portuguesas, a Carla Castelo, da SIC, que em 2015 produziu interessantes reportagens para a SIC Notícias, SIC online e Revista Visão e, Teresa Firmino, do Público, que em 2013 realizou uma reportagem, trazendo-nos um contacto visual e humano de grande intensidade sobre a vida dos cientistas na Antártida.
Enquadrada no evento, decorreu a inauguração da exposição «Terra Australis: da geografia do imaginário à cartografia do real», preparada pelos Serviços Cartográficos do Exército Búlgaro, em colaboração com o Instituto Antártico Búlgaro (IAB), o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa e o PROPOLAR. A exposição ilustra a evolução das representações cartográficas ocidentais da Antártida, desde o início da Idade Moderna até à atualidade. Inclui ainda os contributos da Bulgária e de Portugal para a cartografia antártica, dois países que colaboram desde 2006 na logística e na ciência antártica.
Homenagem ao Prof. João Sentieiro

A sessão encerrou com uma importante e significativa homenagem ao Professor João Sentieiro que, enquanto Presidente da FCT de 2006 a 2011, ajudou decisivamente a implementar o PROPOLAR, sendo um dos principais promotores da ciência polar nacional.
O PROPOLAR é um projeto bandeira do nosso país e está de parabéns ao completar dez anos. A Revista de Marinha deseja ao PROPOLAR muitos anos de vida ativa ao serviço da ciência nacional.